04 dezembro, 2006

 

ECS 9

Versão Final

O texto " O ensino e a educação da classe trabalhadora" mesmo sendo um apanhado de obras e idéias escritas e propostas ao longo dos tempos, discute temas muito atuais. Fala sobre a importância da educação na vida do cidadão e sua relação com o trabalho, e também sobre uma sociedade mais justa e igualitária.

A história de luta da classe trabalhadora é longa e não começou hoje, sendo que há décadas os operários sem formação profissional trabalham como máquinas, recebem salários baixos (muitas vezes insuficiente para manterem a familia) e são substituídos após estarem desgastados, ou seja, velhos e cansados. Na educação não tem sido diferente, sua luta por mudanças tem sido ao lado da classe operária e com um objetivo comum, a transformação social e emancipação humana.

Nunca foi interessante o investimento na educação, pois quanto menos formação profissional, menor o custo de produção do operário e mais baixo o preço de sua mão-de-obra, de seu salário. De acordo com F. Engels, na Inglaterra, a burguesia e o estado asseguravam a classe trabalhadora somente a formação prática, substituindo o trabalho escolar e neutralizando as idéias religiosas e a moral em que se movia o ensino, considerando que as escolas em nada contribuiam para a moralidade da classe trabalhadora.

O descontentamento com esses pensamentos, o desprezo pela classe do poder e a miséria, levaram a classe operária a engajar-se em movimentos em prol de mudanças. Então, uma das reformas oferecidas pela burguesia foi a Educação Universal, sendo que cada operário poderia formar-se no maior número possível de atividades industriais, preparando-se para exercer qualquer função; portanto, haveria maior oferta de mão-de-obra, e conseqüentemente uma redução geral de salários.

A educação Técnica da juventude era oferecida de forma descuidada, apenas para manter as aparências, bem como as escolas de promoção para operários adultos, pouco valorizadas. Ao longo dos anos, medidas fiscais foram tomadas com a finalidade de privar os pobres o ingrsso no ensino superior. Em repudio, estudantes protestaram, foram presos ou exilados e as universidades fechadas. Então, formaram-se sociedades secretas, cujos membros eram a juventude escolar russa, em maioria filhos de camponeses e pobres. Revoltas surgiram, e temendo que os estudantes pudessem influenciar, com suas idéias, os camponeses, as autoridades proibiram os mesmos de terem acesso a qualquer função pública nas cidades e também, alguns professores foram exilados e os cursos suspensos.

Para o capitalismo, o mestre-escola só era um trabalhador produtivo quando trabalhava não somente para o desenvolvimento das crianças, mas também para enriquecer o dono da escola. Como será que nós professoras somos avaliadas hoje? Pela nossa competência ou por nossas idéias passivas e simpáticas, que nos calam quando nos confrontamos com idéias contrárias as nossas, porém dos superiores?

Após muitas divergências, o sr Dühring apresentou um plano de estudo para as escolas e a universidade, acreditando, que este era composto por todas as informações que a juventude precisaria saber. Como base fundamental, fornecendo o núcleo de toda a educação ficariam as matemáticas, desde a numeração, adição, até o calculo integral, a astronomia, a mecânica e a física. A botânica e a zoologia, com características descritivas, serviriam de distração, e a química foi completamente esquecida. Buscando mudanças no aspecto estético do ensino, a poesia do passado não foi considerada e a religião foi proibida, assim como a filosofia, pois eram entendidas como algo que incomodaria o cidadão do futuro. Adotaram uma espécie de gramática universal, em forma de língua materna, e consideraram a língua estrangeira desnecessária, esquecendo a importância do entendimento das mesmas para que os homens construam uma visão do mundo, que vai além de suas fronteiras, sobrando então somente as regras técnicas da gramática.

A escola pública do futuro não passaria de um sistema de ensino prussiano aperfeiçoado, retirando da formação técnica toda aplicação prática futura, todo significado que se oferece à produção, ficando com uma finalidade meramente curricular. Passados os anos, será que somos nós a escola do futuro almejada? Nos são impostas tantas regras, tantos conteúdos para serem desenvolvidos, que às vezes esquecemos dos nossos verdadeiros objetivos e acabamos ficando com uma finalidade meramente curricular?

Em "Critica do Programa de Gotha", Marx criticou o partido operário alemão, que exigia educação popular geral a cargo do estado, assistência escolar obrigatória para todos e instrução gratuita. Marx acreditava que a escola não deveria sofrer influência por parte do governo e da igreja, e sim deveria ser solicitado por meio legal o fornecimento dos recursos necessários para que a mesma desempenhasse seu papel, assim como a criação de escolas técnicas (teóricas e práticas) combinadas com as escolas públicas.

A França diante de seu afundamento nacional e ruína financeira, vendo na classe operária uma força popular, nomeou uma comissão encarregada de organizar um ensino primário e profissional, em que todos os instrumentos de trabalho escolar fossem administrados gratuitamente pelos professores, eliminando o ensino religioso de todas as escolas públicas, introduzindo o ensino gratuito e dando o livre acesso da ciência a todos. Educação para todos e freqüência da criança desde cedo na escola; seriam medidas a serem tomadas para a eliminação da propriedade privada. Educação e trabalho produtivo andando lado a lado. Homens cujas faculdades se desenvolvessem em todos os sentidos e com condições de ter uma visão produtiva. Para terem acesso a educação, os jovens poderiam rapidamente recorrer a todo sistema produtivo, passando por diversos ramos de produção, de acordo com as necessidades sociais.

Segundo o modo comunista a sociedade organizada dará a seus membros a oportunidade para desenvolver todos seus sentidos e aptidões, conseqüentemente desaparecerá toda a diferença de classes. Para Marx, seria necessário modificar as condições sociais, com a finalidade de criar um novo sistema de ensino, por outro lado, falta um sistema novo para modificar as condições sociais. Discutia-se já na época, se o ensino deveria ser estatal ou privado, entendendo-se por estatal aquele que se encontra sob o controle do estado. No entanto, a intervenção do estado não é absolutamente indispensável. Em Massachusets o ensino já era municipalizado e o estado participava com uma modesta contribuição financeira. Marx acreditava que o ensino poderia ser estatal, sem no entanto estar sob controle do estado, o qual poderia nomear inspetores para vigiar o cumprimento da lei, sem intrometer-se diretamente no ensino. Estes inspetores podem ser encontrados ainda hoje em nossas escolas, porém com outra denominação, mas com a mesma função. Será que eles cumprem seu papel de fiscalizar ou se rendem ao sistema por falta de capacitação ou medo de perder o cargo, que geralmente é por indicação política?

Continuaram as discussões a cerca do ensino obrigatório e caberia ao congresso decidir. O fato das crianças e mulheres não serem obrigadas a trabalhar não acarretaria em redução de salários e todos colocariam em prática. Havia ainda quem discordasse com o financiamento do ensino por parte do estado e exigia que o ensino superior fosse pago. No conselho geral do AIT, em agosto de 1869, foram discutidas questões como: a gratuidade do ensino; a ratificação da resolução do Congresso de Genebra, a qual exigia a combinação do trabalho intelectual com o físico; que nas escolas só se deveria ensinar gramática, ciências naturais e outras disciplinas, pois estas não levariam os alunos a conclusões sobre religões, partidos ou classes, deixando as mesmas para quando ficassem adultos e para os adultos. Não estará ai o maior obstáculo para alcançarmos as mudanças? Devemos orientar nossos alunos, enquanto crianças , para serem capazes de pensar e refletir sobre sua realidade, para que eles construam seu futuro, organizem a sociedade que querem fazer parte.

Fabiana Veloso Leal

Tânia Maria Cavalheiro Dutra


Comments:
Oi! Fabiana. Que legal o teu blogger. Também estou fazendo na UFRGS um CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NA PROMOÇÃO DA APRENDIZAGEM. Passei por aqui e gostei muito do que tens postado. Parabéns. Visite o projeto coletivo que estamos elaborando nesse curso no seguinte endereço:
http://proavirtualg30.pbwiki.com
Meu blogger:sdfmlopes.blogspot.com
Um abraço da colega:
Sirlei Maciel-Vacaria-Rs
 
Oi Fabiana

Vi que vocês iniciaram a ECS 11 num grupo menor e elaborando a atividade de uma forma diferente da proposta. Uma pena não terem contatado comigo antes. Eu teria aconselhado vocês a aguardarem as colegas que também não fizeram a atividade em tempo, para a fazerem tod@s junt@s.

Aproveitem este texto e levem ao forum da ECS 11 lá no Rooda, contribuindo para o debate e para a construção do texto do grupo.

abraço,
Suzana
 
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